Família Kumm

Partida: 30/06/2004 - Retorno: 31/07/2004

Esse foi o grande sonho, aquela que parecia estar bem distante, de repente estava acontecendo. Foi emoção em cima de emoção. Começamos a preparar a viagem em janeiro de 2004, para sairmos no dia 30 de junho. Todos diziam que seria loucura e que não chegariamos devido ao frio e a neve. Mas estavamos certo que seria o melhor mês, gostamos de frio e a experiência com a neve poderia ser gratificante. Mas todos que conversavamos a respeito, diziam que eramos loucos. E a loucura aconteceu e ocorreu tudo melhor que esperavamos. Nossa grande aventura está nas próximas páginas.

BUENOS AIRES A 25 DE MAIO

Data: 04/07/2004 20:00:00 - Kilometragem 985Km

Acordar cedo não foi problema, mas sair do hotel já foi um problemão. Primeiro descer todas as malas. Havíamos tirado a maioria das coisas do carro. Depois de colocar tudo dentro do Flecha, ele resolveu não ligar. Walfredo abriu o capô bateu na bateria e funcionou.

Saímos em direção à casa do seu Roberto Afranc. Ele é nosso cliente na Marina Club. Na procura pela casa, acabamos virando numa rua que não deveriamos e nesta brincadeira perdemos algum tempo. Chegamos com algum atraso, ele estava esperando com vários mapas para nos presentear. Ele possui dentro de casa bichos embalsamados que caçou durante suas passagens pelo mundo. São eles: leão, zebra, pássaros, rinoceronte, etc. Tivemos pena dos bichos, mas para ele era motivo de orgulho. Na verdade eram suas conquistas e na época em que ele fazia isso não havia consciência de preservação. Nosso amigo não queria que fossemos para Bariloche, disse que havia caido árvores e o temporal estava muito forte. Tinha pessoas mortas, devido a tempestade. Saímos de BA às 11h da manhã.

Entre Buenos Aires e Chivilcoy passamos por uma cidade muito bonitinha de nome Lujan que estava em festa, provavelmente da igreja, mas não conseguimos identificar, pois nosso tempo já estava curto. A igreja era imensa e deveria ser muito bonita. A arquitetura externa era de chamar atenção com seus imensos detalhes. 

Almoçamos em Chivilcoy por volta das 14h. Parece que todos saem para almoçar fora lá. O primeiro restaurante estava lotado e se a gente quisesse esperar levaria algum tempo. O segundo, onde almoçamos uma parrilhada, estava cheio, mas ainda assim tinha lugar. A comida não era muito boa e era cara.

Nossa tarde foi na estrada e aconteceu novamente o problema quando desligamos o carro. Ele não ligou tivemos que empurrar, deduzimos que estamos sem motor de arranque. A estrada até Santa Rosa é tranqüila, bem sinalizada e cuidada. Tinha bem pouco movimento e a viagem estava bem tranqüila.

São 19h, chegamos em Santa Rosa e no caminho fomos vendo vários hotéis chiques, só encontramos a explicação para isso, quando nos deparamos com um Cassino imenso no meio do nada. Resolvemos continuar, temos que estar em Bariloche amanhã e ainda faltam 948 km.

Eram 22h30 e ainda estávamos na estrada. Isso quase não acotence, pois não gostamos de viajar a noite. Viajar a noite além de ser mais perigoso, não se consegues perceber as belezas dos lugares por onde passamos. A noite está escura, estamos sem jantar e com quase nada de diesel. O flecha acendeu sua luz dizendo que o diesel estava no fim, começamos a ficar com medo que não aparecesse nenhum posto pela frente.

As 22h50 com a temperatura oscilando entre 4 e 3 graus, avistamos luzes no meio da escuridão. Era difícil de acreditar que poderia ser o que precisavamos, pois estavamos no meio do deserto. Chegamos perto e vimos o quanto somos protegidos, era um posto de combustivel, um restaurante e um hotel. O nome até bem sugestivo "Cruce del Desierto" foi o tanto certo para chegarmos na bomba e abastecermos, o combustível estava zerado. Neste dia nem jantamos fomos direto para o quarto dormir.

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